Francisco regressa ao Hospital Gemelli, onde esteve em 2023 e 2021.

O Vaticano anunciou hoje que o Papa vai ficar internado no Hospital Gemelli, em Roma, para “prosseguir o tratamento da bronquite” que o tem afetado nos últimos dias.
“Esta manhã, no final das audiências, o Papa Francisco foi internado na Policlínica Agostino Gemelli para efetuar alguns exames de diagnóstico necessários e para prosseguir o tratamento da bronquite, ainda em curso, em ambiente hospitalar”, refere uma nota enviada aos jornalistas pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Ainda esta manhã, Francisco tinha recebido em audiência Robert Fico, primeiro-ministro da República Eslovaca.
Nas últimas intervenções públicas, o Papa abdicou das leituras dos textos que tinha preparado, assumindo dificuldades respiratórias.
Esta quarta-feira, na audiência geral, Francisco deixou a leitura da intervenção preparada aos cuidados do padre Pierluigi Giroli, funcionário da Secretaria de Estado.
“Com a minha bronquite, ainda não posso. Espero que, da próxima vez, possa”, referiu aos peregrinos.
Já em 2023, o Papa tinha sido internado a 29 de março, por causa de uma infeção respiratória, no Gemelli, tendo recebido alta a 1 de abril.
O mesmo Hospital viria a recebê-lo, três meses depois, para uma operação a uma hérnia abdominal.
A 4 de julho de 2021, também no Hospital Gemelli, Francisco tinha sido submetido a outra intervenção, por causa de uma “estenose diverticular sintomática do cólon”, permanecendo internado durante dez dias.
O Papa deverá ser internado no 10.º andar do Hospital Universitário Agostino Gemelli que o recebeu anteriormente, bem como, em várias ocasiões, ao Papa João Paulo II, a última das quais em 2005, pouco antes da sua morte, a 2 de abril.
O portal de notícias do Vaticano refere que Francisco “manteve intacta a sua agenda de compromissos agendados, todos eles na Casa Santa Marta”, incluindo um encontro de meia hora com Robert Fico.
Antes deste quarto internamento no hospital romano, o Papa tinha sofrido uma queda, a 16 de janeiro, sofrendo uma contusão no antebraço direito; outra queda, no início de dezembro de 2024, deixou marcas visíveis no queixo.
Francisco tem vindo ainda a sofrer limitações de mobilidade, nos últimos anos, devido a um problema num joelho que o obriga a deslocar-se em cadeira de rodas.
Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, é natural de Buenos Aires, na Argentina; na sua juventude, foi operado a um pulmão, parcialmente retirado.
A 13 de março de 2013 foi eleito como sucessor de Bento XVI, escolhendo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja Católica e também o primeiro pontífice sul-americano.
Na sua primeira autobiografia, ‘Esperança’, publicada em janeiro,Francisco reflete sobre os seus problemas de saúde e diz não ter ainda colocado a possibilidade de renunciar ao pontificado.
“Cada vez que um Papa está doente sente-se soprar um pouco de vento de conclave, mas a realidade é que nem nos dias das operações cirúrgicas pensei em renunciar, a não ser para dizer que, para todos, é sempre uma possibilidade e que desde o momento da eleição tinha entregue ao cardeal camerlengo uma carta de renúncia, em caso de impedimento por motivos médicos”, explica.
OC


