Ano Santo 2025: Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde envolve todos na «atenção muito concreta à fragilidade humana» – frei Hermínio Araújo

«A vida da pessoa frágil pode, e constatamos isso, ter sempre perspetivas de esperança pela forma como a pessoa a vive», explicou capelão na Clínica Psiquiátrica de São José.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Frei Hermínio Araújo, capelão hospitalar, destaca que “apesar da fragilidade há sempre uma possibilidade de viver vida com sentido, com alegria, com esperança”, no contexto do Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde, do Ano Santo 2025.

“Há uma afirmação na bula do jubileu, que diz o cuidado para com os doentes é um hino à dignidade humana, um canto de esperança. Esta possibilidade que nós temos, e nós experimentamos isto no dia-a-dia, de transformar gritos, que muitas vezes são gritos de angústia, gritos de dor, em cantos de esperança, é um desafio para todos”, disse o capelão na Clínica Psiquiátrica de São José, em Telheiras (Lisboa), em entrevista à Agência ECCLESIA.

Frei Hermínio Araújo, sacerdote franciscano (OFM), salienta que esta iniciativa setorial do Ano Santo 2025, nos dias 5 e 6 de abril, intitula-se Jubileu dos Doentes (enfermos) e do Mundo da Saúde, ou seja, não se destina “apenas dos enfermos”, mas refere-se “a todos os cuidadores, familiares, voluntários, das instituições”.

“Todos estamos envolvidos, sobretudo centrados nesta atenção muito concreta à fragilidade humana, à doença, às diversas circunstâncias de vulnerabilidade”, acrescentou.

Segundo o capelão na Clínica Psiquiátrica de São José existe uma “relação necessária, porque é estruturante”, entre estes dois polos da celebração jubilar, de festa, e pensar em quem está frágil, e destaca que “apesar da fragilidade há sempre uma possibilidade de viver vida com sentido, com alegria, com esperança”, que é o tema do Jubileu 2025.

“A vida da pessoa frágil pode, e constatamos isso, ter sempre perspetivas de esperança pela forma como a pessoa a vive. Não o sofrimento em si, mas a luz que cada pessoa vai descobrindo para essa experiência”, salientou.

Frei Hermínio Araújo acredita que é nesta perspetiva que o Papa Francisco está a viver também este tempo de fragilidade, “desde logo é uma pessoa muito otimista”, mesmo o otimismo sendo uma coisa e a esperança outra, “há uma base de otimismo que o abre, certamente, ao dinamismo da esperança”.

“Uma pessoa de fé, de uma abertura a uma graça. A esperança é essencialmente uma graça, de dádiva, de abertura a uma realidade que nos transcende e que nós acolhemos”, acrescentou o capelão hospitalar, há mais de 25 anos.

O Papa Francisco, que continua a realizar fisioterapia motora e respiratória, na Casa de Santa Marta onde regressou no dia 23 de março, após o internamento a 14 de fevereiro no Hospital Gemelli, não acompanha as celebrações jubilares fisicamente, mas “tem estado muito presente”.

“Gostava, por exemplo, de destacar aquela mensagem, aquela saudação àquela senhora que estava com as flores à frente do Hospital Gemelli; Um Papa que não se relaciona com a massa, com a multidão, mas que está muito atento aos olhares de cada pessoa, de cada um”, desenvolveu frei Hermínio Araújo.

“Isto é um desafio para dinamizar a esperança, porque é nesta relação interpessoal que nós vivemos em todas as situações da vida, nomeadamente na fragilidade”, acrescentou no Programa ECCLESIA, transmitido na RTP2, onde comentou também os textos da liturgia que vão ser lidos este domingo, nas Missas.

Seis grandes eventos jubilares reuniram até agora jornalistas, militares e polícias, artistas, diáconos, voluntários e missionários da Misericórdia, tendo os últimos quatro decorrido já sem a presença do Papa.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse hoje, 4 de abril, aos jornalistas que o Papa registou “ligeiras melhorias”, do ponto de vista respiratório, motor e no uso da voz.

PR/CB/OC