
(Eva Dias) – Apesar de se verificar, nos anos seguintes, o abrandamento na criação de Ligas ou Círculos Missionários nos seminários portugueses, em outubro de 1948 fundou-se a Academia Missionária de S. João de Brito no Seminário de Cucujães, cuja direção lançou a revista Volumus, no início de 1949, na linha da publicação Vidimus Stellam, fundada pelo P. Porfírio Gomes Moreira com os alunos do Seminário de Cernache do Bonjardim. A revista Volumus viria a circular nos seminários portugueses até ao final do ano de 1960, passando depois a Igreja e Missão, revista missionária de cultura e atualidade, editada no Seminário de Valadares.
Do exterior chegavam notícias que animavam o espírito missionário português, como os Congressos Missionários da UMC de Espanha e de Itália, assim como a constituição das Ligas Missionárias dos Estudantes em Itália e nos Estados Unidos. Na primeira página da edição de julho-agosto de 1948, surgia impressa a convocatória para o I Congresso Nacional da UMC em Portugal (ano XXV, n.º 289-290, jul-ago. 1948, p.147), realizado em Fátima entre 9 e 13 de agosto (n.º 300, set. 1948, p.172). O Congresso foi ensejo para a visita ao seminário de Cucujães, em 16 de agosto, de Mons. Angel Sagarminaga, presidente da UMC de Espanha, e de D. Joaquin Maria Goiburu, ambos ativos dinamizadores do espírito missionário nas dioceses do país vizinho (idem pp.186, 202). De igual modo, a participação de prelados portugueses no Congresso Internacional da União Missionária do Clero, em Roma, em setembro de 1950, entre os quais missionários da Sociedade Missionária (ano XXVII, n.º 326, nov. 1950, pp.222-225), revela quanto estavam comprometidos com o incremento da formação e da consciência missionária em Portugal.
Também os seminaristas portugueses começaram a marcar presença em eventos internacionais. Do Seminário de Cucujães, alguns membros da Academia de S. João de Brito contavam-se entre os 175 participantes no I Congresso Missionário de Seminaristas, em Santiago de Compostela, entre 1-6 de agosto de 1954 (ano XXXI, 2.ª série, n.º 10, out. 1954, p.331-333, 356). No ano seguinte, acolhiam o I Curso Missionário para Seminaristas, sob a orientação da UMC de Portugal.
Entre os dias 24 e 25 de agosto de 1955, no Seminário de Cucujães reuniram-se 70 seminaristas, para refletir sobre a questão dos Círculos Missionários e a sua atividade. Desta forma, a Sociedade Missionária participava ativamente de uma iniciativa pioneira no país, «um passo aberto, decisivo e esperançoso para uma intensificação do espírito missionário» (ano XXXII, 2.ª série, n.º 22, out. 1955, pp.323-329). Entre os votos finais reiterava-se que se organizasse «em todos os Seminários de Portugal Círculos Missionários», dando cumprimento ao disposto na carta da Congregação da Propaganda, datada de 03 de dezembro de 1953, assim como a preparação de um novo Curso de Férias no ano seguinte.
Em cumprimento do disposto, em maio de 1956 O Missionário Católico abria com o anúncio do II Curso Missionário de Férias, previsto para os últimos dias de agosto (ano XXXII, 2.ª série, n.º 29, mai. 1956, p.161). Em junho, anunciava o local e datas: «Porto – Seminário Maior – 28-31 de Agosto» (n.º 30, jun. 1956, p.201). De acordo com a notícia circunstanciada do encontro, nesta edição «estiveram representados todos os Seminários Maiores do Continente e dos Açores, juntamente com vários alunos do Seminário das Missões de Cucujães, num total de 111» (n.º 33, out. 1956, p.325-329).
Os Cursos Missionários de Férias tiveram continuidade até 1960, acabando por dar lugar às Semanas de Estudos Missionários, uma nova etapa no estudo e formação da consciência missionária em Portugal.


