(Eva Dias) – No Grande Jubileu do Ano 2000, os mártires cristãos do século XX foram temática particularmente destacada, fruto da atualização do novo martirológio, alinhado com o apelo lançado pelo Papa João Paulo II para que não caísse no esquecimento o testemunho eloquente de tantos homens e mulheres da contemporaneidade que deram a vida pelo Evangelho.

Assinalável é o número especial da Boa Nova, editado em maio, intitulada “Os mártires do século XX”, mês da celebração jubilar dos mártires (ano LXXVI, n.º 865, mai. 2000). No verso da capa incluiu-se a memória dos cinco mártires da Sociedade Missionária que tombaram em terras de missão. Pela edição de junho, os leitores conheciam o testemunho dos religiosos hospitaleiros martirizados no mesmo período (n.º 866, jun. 2000, pp.32-33) e, no mês seguinte, na rubrica “Em foco” o P. Jerónimo Nunes recordava 20 missionários portugueses martirizados em terras de missão, entre eles os missionários da Boa Nova (n.º 867, jul. 2000, pp.7-9). No editorial de agosto-setembro, intitulado “Anjo da floresta”, o diretor da publicação, Pe. Artur de Matos, fazia memória dos 10 anos de falecimento do Pe. José da Silva Mendes, também ele missionário da Boa Nova, morto em circunstâncias ainda por esclarecer (n.º 868, ago-set., 2000, p.5).
Outros momentos foram particularmente destacados na revista Boa Nova durante o Grande Jubileu do ano 2000: a viagem do Papa João Paulo II a Fátima e a beatificação dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto (n.º 866, jun. 2000, pp.12-13; n.º 867, jul. 2000, pp.10-13); a mensagem do Santo Padre para a XV Jornada Mundial da Juventude, em Roma, em agosto (n.º 868, ago-set. 2000, pp.7-9); e o Congresso Missionário Mundial, entre 18-22 de outubro, na mesma cidade (n.º 871, dez. 2000, pp.13-16).
O penúltimo Jubileu da história da Igreja foi proclamado pelo Papa Francisco em 11 de abril de 2015, pela bula Misericordiae Vultus, para assinalar o 50.º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II (1962-1965). A abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro do Vaticano, em 8 de dezembro, marcou o início desse Ano Santo extraordinário, findo em 20 de novembro de 2016. O tema da Misericórdia foi relevante na revista Boa Nova, explorado no grafismo de capas e contracapas, e nos conteúdos das edições da publicação. Além das áreas temáticas jubilares realçadas em cada mês, a Missão foi o tema que assumiu maior protagonismo, alinhado com a orientação programática da revista. Assim se verifica no artigo “Rezar a Missão com o coração da Misericórdia” (ano XCII, n.º 1037, fev. 2016, pp.20-25); “Ano de Misericórdia, um tempo missionário”, (n.º 1042, jun. 2016, p.5); “Missionários da Misericórdia” (idem, p.37); no anúncio das Jornadas Missionárias Nacionais, em Fátima (n.º 1043, jul. pp.36-37), que viriam a decorrer entre 17-18 de setembro, sob o tema “Missão com histórias de Misericórdia” (n.º 1045, out. 2016, pp.36-37); e na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, intitulada “Igreja Missionária, testemunha de Misericórdia” (n.º 1044, ago-set. 2016, pp.27-28; n.º 1045, out. 2016, pp.21-23).
Quis a Providência Divina que o Papa Francisco terminasse a sua peregrinação na Terra em pleno Ano Santo – Jubileu da Esperança –, o último do seu pontificado, que toda a Igreja celebra neste ano de 2025. Na revista Boa Nova, à semelhança do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o tema jubilar anima a contracapa de cada edição. No interior, a rubrica “Peregrinos da Esperança” vem destacando excertos essenciais das palavras do Santo Padre em homilias, discursos e catequeses, apenas interrompida para a chegada do novo sucessor de Pedro, o Papa Leão XIV.


