(Pe. Rui Ferreira) – Martinho Wambu Patele é o mais recente padre Missionário da Boa Nova. O Pe. Martinho Patele foi ordenado sacerdote, no passado dia 12 de julho, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Caála, Província do Huambo, em Angola, de onde é natural. Para o Pe. Martinho, ser padre missionário hoje exige «quebrar os limites do meu “eu” para construir o “nós”», para poder defender os sem voz, nem vez. O neo-sacerdote missionário deseja ser conhecido como alguém que «ama a todos e conduz todos para Deus». A Boa Nova tem a alegria de apresentar o novo padre da SMBN aos nossos leitores e amigos.

Boa Nova (BN): Quem é o Pe. Martinho Wambu Patele? Pode apresentar-se aos leitores da Boa Nova.
Pe. Martinho Wambu Patele (PMP): O Pe. Martinho Wambu Patele é membro perpétuo e sacerdote da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), ordenado no passado dia 12 de julho de 2025. Sou natural da Caála, na Província do Huambo, em Angola, e cresci na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Caála. Sou filho de Higino Patele e de Madalena Tchohilã. É um padre que ama tudo o que Deus ama.
BN: Como e quando surgiu a sua vocação ao sacerdócio missionário? Em particular, na SMBN?
PMP: A Vocação é o dom de Deus e a resposta do homem. A minha vocação ao sacerdócio missionário, surgiu desde a infância, mas ganhou mais vigor quando, em 2007, ingressei no grupo dos vocacionados da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Caála, através do Rev.mo Pe. Paulino Augusto Kandjengo e atingiu o seu ápice quando me encontrei com o Rev.mo Pe. António Sebastião Kusseta [atual Superior Regional da SMBN em Angola], em 2013, que semeou em mim os carismas da SMBN.
BN: Porquê e para quê ser (padre) missionário, hoje?
PMP: «Todo o Sumo Sacerdote tomado de entre os homens é constituído em favor dos homens, nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados» (Heb 5,1). Ser padre missionário hoje é quebrar os limites do meu “eu” para construir o “nós”; é ser como João Baptista que indica o caminho que leva aos Céus; porque o mundo precisa de padres que se consomem como uma vela, para dar luz e alimentar a esperança. Para defender os sem voz, nem vez.
BN: Quais foram os maiores desafios que encontrou ao longo da formação sacerdotal missionária?
PMP: Os principais desafios da minha caminhada vocacional, foram: em primeiro lugar, deixar o lar dos meus pais, pois nós éramos inseparáveis; em segundo lugar, a sustentabilidade dos meus estudos; por último, a desistência do meu único colega no Ano de Formação Espiritual e Missionária, em 2019, em Cernache do Bonjardim, tendo ficado só, como único formando, ao longo de grande parte do ano.
BN: Que tipo de padre gostaria de ser? Como gostaria de ser conhecido pelo povo? Quais os sonhos que tem, neste momento, para o seu ministério sacerdotal?
PMP: «O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres» (Lc 4, 18). Quero ser um padre que ama a todos e conduz todos para Deus. Gostaria de ser conhecido como “Pai dos pobres”.
BN: Há algum “campo” de missão que o seduza especialmente?
PMP: O missionário é aquele que não tem preferência pelo “campo” de missão. Onde for enviado deve ir e, para isso, foi consagrado. Porém, se dependesse de mim, trabalharia no Brasil, preferencialmente numa missão longe da cidade e numa zona onde ainda não tenha chegado a Boa Nova.