(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova) – A liberdade do Evangelho tem raízes na verdade. Sobre a verdade assentam a justiça e a paz. E sem paz não há justiça nem verdade. Como tal, «a guerra é sempre uma derrota» (Papa Francisco). A guerra é a mãe de todas as injustiças e mentiras e a maior ameaça para a liberdade.

«Se permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará»
João 8, 31-32
«A paz é possível! Ela é obrigatória!» (S. Paulo VI). A partir deste clamor, um grupo de cristãos (e também não cristãos), inspirados na liberdade do Evangelho, ousou desafiar a ditadura do Estado Novo com a realização de uma Vigília pela Paz e a ocupação pacífica da Capela do Rato (1972/73). Foi mais um importante passo do longo caminhar para a liberdade que iria despontar na manhã de 25 de Abril de 1974. Porém, muito do fermento e do sal evangélicos que possibilitaram esse evento permanecem escondidos, tal como as raízes de uma grande árvore.
Para o cristão, a verdadeira revolução é a revolução do Amor que nasce do encontro com Jesus Cristo, vivo e ressuscitado. Toda a revolução externa, imposta de fora, tem raízes na areia. A revolução verdadeira nasce no coração, de dentro para fora. Primeiro, é necessário mudar o próprio coração. É uma revolução lenta e que exige paciência e perseverança. É uma revolução sem partidos: faz-se com todos! Requer também a fraternidade, pois «a unidade é sempre superior ao conflito» (Papa Francisco). Que Cristo Ressuscitado nos ajude a caminhar sempre para a gloriosa liberdade dos filhos e filhas de Deus!
Pórtico publicado na edição impressa de abril de 2024.


