
(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova)
De facto, foi na esperança que fomos salvos. Ora uma esperança naquilo que se vê não é esperança. Quem é que vai esperar aquilo que já está a ver? Mas, se é o que não vemos que esperamos, então é com paciência que o temos de aguardar.
(Romanos 8, 24-25)
Como manter acesa a esperança no meio das trevas? “Que posso eu fazer” é uma pergunta que nos assalta e, na falta de respostas, pode levar ao desânimo. Esperar é também não saber. A humildade de não saber – de não ter todas as respostas e soluções – pode ajudar-nos a manter viva a chama da fé, da esperança e do amor.
Por vezes, perante a realidade esmagadora do genocídio de crianças inocentes e velhos indefesos, de jovens que matam a própria mãe ou ceifam a sua vida ainda em flor, saber que não sabemos o que fazer é humildade, ou seja, é a verdade sobre a nossa frágil condição e precariedade.
Tal humildade, porém, deve elevar o nosso coração para Cristo, Nossa Esperança, e ser acompanhada da oração, «a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, a primeira força da esperança» (Papa Francisco). Ele é a fonte onde nos podemos saciar para continuar a acreditar e a esperar que outro mundo é possível, e que, com a Sua ajuda, podemos fazer algo para o alcançar, mesmo sem saber o que fazer, num dado momento.
Quando tudo parecia acabado, oculta e silenciosa, a primavera da vida brotou e venceu a morte. «E continua a fazê-lo também hoje! De facto, as coisas não são o que parecem: o amor venceu». Podemos não ter as respostas todas, «mas temos Jesus. Seguimos Jesus. E assim esperamos o que ainda não vemos. Jesus vai à nossa frente. Aprendemos, avançando um passo de cada vez. É um caminho não apenas para a Igreja, mas para toda a humanidade. Um caminho de esperança» (Leão XIV).
Parabéns ao povo angolano pelos 50 anos de independência. Para a SMBN, a juventude da Região de Angola e dos seus membros é um sinal concreto de esperança.
(*Inspirado na Catequese do Papa Leão XIV na Audiência Jubilar de 25.10.2025)


