PÓRTICO | Missionários da Misericórdia

(Pe. Rui Ferreira, diretor) – Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a Sua misericórdia. (Papa Francisco, Evangelii Gaudium n.º 3)

Um dos maiores dons que, até agora, nos deu o Papa Francisco foi o de nos recentrar no coração do Evangelho, que é a misericórdia. «O amor infinito e inabalável» do Pai «permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria» (ibidem). Como tal, «a esperança é filha da misericórdia» (D. Rui Valério); «não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5,5).

A misericórdia do Pai é o coração da missão, a sua fonte e o seu cume, o seu ponto de partida e de chegada. «Há uma sede da misericórdia» (D. Rui Valério). Na cruz, o próprio Jesus disse: «Tenho sede!» (Jo 19,28). A Igreja, Povo de Deus, comunidade dos(as) discípulos(as) missionários(as), existe para saciar esta sede e comunicar a todos, sem excepções nem exclusões, a misericórdia do Pai. 

No atual contexto histórico que vivemos, mais do que nunca, mesmo que não o saiba, o nosso mundo anseia pela alegria do Evangelho, ancorada na esperança que renasce sem cessar da fonte inesgotável da infinita misericórdia de Deus, que «é papá; mais ainda, é mãe» (Papa João Paulo I, Angelus, 10 de setembro de 1978). 

Oxalá, ao longo desta Quaresma, possamos fazer a experiência de ser “misericordiados” e de nos tornarmos misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6,36). Só assim poderá florescer novamente, em nós e no mundo, a Páscoa da Ressurreição. 

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