(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova) – A Constituição Dogmática Lumen Gentium (Vaticano II) ensina, logo a abrir, que “a Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano”. Por isso, como nos diz o Pe. Nuno Lima, Missionário da Boa Nova, no Japão, “na Igreja ninguém é estrangeiro”.

«Já não sois estrangeiros nem imigrantes,
(Efésios 2, 19)
mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus»
Sessenta anos após o Concílio Ecuménico Vaticano II, a Igreja continua a fazer caminho para que, em Cristo, todos sejam um. No mundo atual, a multiculturalidade é um desafio, perante o qual temos a possibilidade de fazer pontes ou erguer muros. Não é uma opção neutra, pois as pontes unem e os muros dividem. A Igreja pode ser sinal de comunhão e ligação entre as várias culturas. Num mundo dilacerado pela discórdia, a Igreja é chamada a resplandecer como sinal profético de unidade e concórdia (cf. Oração Eucarística V / A).
A profecia da unidade só acontecerá na abertura ao Espírito Santo, a harmonia em pessoa e o maestro da comunhão. É esse o caminho que a Igreja tem tentado trilhar ao longo do atual processo sinodal: “reunir todos os povos da terra no esperado único povo quando, no final, o próprio Deus nos sentar no banquete por Ele preparado (cf. Is 25, 6-10)” (Papa Francisco). É um caminho difícil e belo! Para participarmos nesse banquete, temos de aprender, agora, a conviver como irmãos.
A missão depende da unidade e tende para a unidade. Os discípulos missionários têm no seu ADN a abertura ao outro, bem como o desejo de conhecer a sua cultura para a poder amar e evangelizar. A grande questão que teremos de continuar a responder, no caminho, é “como ser Igreja sinodal missionária. Eu acrescentaria misericordiosa” (Papa Francisco). No Japão, em Portugal, em toda a parte, a Igreja Peregrina é chamada a ser sinal de comunhão e fazedora de pontes. Estamos condenados a entender-nos, pois ninguém se salva sozinho.


