(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova) -Francisco, o Papa da alegria, da misericórdia e da esperança, tal como Jesus, com gestos e palavras, passou fazendo o bem e abrasou os nossos corações. Em 2013, vivi em Pemba, na Paróquia de Maria Auxiliadora, como estagiário. Foi um ano memorável, em que encarnei numa Igreja pobre, para os pobres, com os pobres. No dia 13 de março, foi eleito Jorge Mario Bergoglio, primeiro Papa americano, jesuíta e do hemisfério sul. Vindo do fim do mundo, antes de dar a primeira bênção apostólica, inclinou-se diante do povo e pediu que em silêncio rezássemos por ele.
A primeira realidade notável do Pontificado de Francisco é a Alegria… A Alegria do Evangelho (2013) que enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus, fonte de conversão missionária para toda a Igreja; A Alegria do Amor (2016) que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja; Alegrai-vos e Exultai (2018) fazendo ressoar uma vez mais a chamada à santidade no mundo atual.
A misericórdia é outra realidade nuclear no ministério de Francisco, sendo esta, para ele, a mensagem mais importante de Jesus: «Deus nunca se cansa de perdoar». A misericórdia infinita de Deus que nos desafia a cuidarmos uns dos outros com ternura, proximidade e compaixão, especialmente dos mais frágeis, de todas as criaturas e da criação, a nossa casa comum (Laudato Si’, 2015). Ela é também o fundamento da fraternidade universal e da amizade social (Fratelli Tutti, 2021) entre todos, pois todos somos irmãos. Foi o Pastor incansável que procurou curar as feridas da humanidade com o bálsamo da misericórdia, levando a Igreja a uma constante saída missionária.
Por fim, num mundo mergulhado nas trevas, quis deixar-nos a âncora da esperança que não engana, porque o Amor tudo vence. Na sua fragilidade, brilhou o poder de Deus: «aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com Ele na alegria, para sempre». Obrigado por tudo, querido Papa Francisco!
