
(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova)
Crescem nas asperezas do caminho
Pequenas flores brancas de esperança;
Não podem os espinhos afogá-las,
Pois foi o amor quem as chamou à vida.
Somos peregrinos da «esperança que não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Aos 87 anos, o Papa Francisco tem sido, mais que ninguém, um incansável peregrino que leva a esperança e a misericórdia às periferias mais abandonadas e esquecidas (de Lampedusa à República Centro-Africana, de Lesbos ao Iraque…). O mundo tem sede de «esperar contra toda a esperança» (Rm 4, 18) e necessidade de quem o ajude a descobrir as fontes da esperança, onde se possa saciar. Francisco tem sido um pastor à imagem do Bom Pastor.
Como preparar a terra para acolher a semente da esperança, num mundo dilacerado por tantos ódios e conflitos? Através da grande “sinfonia” da oração, capaz de abrir o coração a Deus (Pai-Nosso) e aos irmãos (pão nosso). Uma sinfonia, cujo compositor é o Espírito Santo, que nos faz caminhar ao som dum cântico novo, mesmo no meio das noites mais escuras, confiantes que caminhamos para a plenitude da Páscoa da Ressurreição. Esta é a esperança que não engana, porque «vem diretamente de Deus» (Papa Francisco).
É esta esperança que nos comove e nos faz sair em missão até aos confins da terra. Sem ela não haveria missão, nem missionários. Tenhamos a coragem da esperança; ousemos esperar contra toda a esperança. Os peregrinos da esperança levam nos lábios a sinfonia da oração que aquece o coração e dá força para caminhar. Rumo ao Jubileu de 2025, rezemos e cantemos: Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
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Publicado na edição impressa de julho de 2024.


