
(Pe. Rui Ferreira, diretor da Revista Boa Nova)
Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e «missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários».
(Francisco, Evangelii gaudium, 120)
Todos somos discípulos missionários (cf. Evangelii gaudium, 119-121). Eis a essência da vocação cristã: sermos discípulos missionários, chamados e enviados, por amor e para amar, evangelizados e evangelizadores, pois “em todos os batizados atua a força santificadora do Espírito que impele a evangelizar” (ibidem, 119). Quem experimentou verdadeiramente o amor de Deus não pode ficar parado nem calado, pois é portador de uma alegria que o transcende, e sente a necessidade e a urgência de viver em saída e partilhar com todos a graça que de graça recebeu: “Ai de mim, se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16).
A animação missionária visa despertar a vocação missionária de todos os batizados, ajudando-os e formando-os para serem discípulos missionários, pois a Igreja existe para evangelizar. “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo (…) A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias” (Evangelii gaudium, 27). Temos o dever de fazer encarnar este sonho do Papa Francisco.
Apesar da nossa imperfeição, a missão faz avançar a Igreja na história: “é um estímulo constante para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer” (ibidem, 121). Numa Igreja sinodal, a missão é o lugar onde convergem a participação e a comunhão. Somente na missão e pela missão é que nos tornamos, de facto, participantes na comunidade de discípulos missionários e artífices da comunhão. E o nosso mundo precisa de uma Igreja sinodal missionária e misericordiosa que cure as suas feridas, com o bálsamo da fé, esperança e caridade. Esta é a nossa missão: fazer ecoar a Boa Nova através da história, até ao fim dos tempos.
revistaboanova1924@gmail.com


