
(Pe. Rui Ferreira, diretor) – Se nascesse hoje, em 2024, o Príncipe da Paz sobreviveria à tirania e violência dos Herodes do mundo atual? Ou estaria entre as mais de 12.000 crianças mortas na Palestina, inclusive nos territórios ocupados da Cisjordânia, onde fica Belém?
O momento histórico que vivemos é tenebroso. Mas foi precisamente nas trevas que brilhou a Luz (cf. Jo 1,5). E quanto mais densas forem as trevas, mais intensamente brilha a Luz. Esta Luz, frágil e pequenina, nascida em Belém, é fonte de fé, esperança e amor.
Na Audiência Geral de 20 de novembro, aquando do milésimo dia da guerra na Ucrânia, o Papa Francisco leu uma carta, enviada por um jovem universitário ucraniano, que dizia o seguinte: “quando falares da nossa dor, quando recordares os mil dias de sofrimento, lembra também os mil dias de amor, pois só o amor, a fé e a esperança dão verdadeiro sentido às feridas!”.
A conversão sinodal missionária em curso, na Igreja, é sinal e profecia para o mundo. A paz é possível! Para tal, é necessário ter a coragem da paz, que é de altíssima qualidade: não a da força bruta, mas a do amor, que vê em cada pessoa um irmão (S. Paulo VI). Através da cultura do encontro, da escuta ativa e vulnerável do outro, com a ação do Espírito que cria harmonia nas diferenças e divergências, é possível. Aprendamos o poder da conversação no Espírito, criador, e calemos o ruído das armas, destruidor.
Que posso eu fazer, desde o meu lugar na Igreja e no mundo? Para onde nos chama Deus? Em 2025, somos desafiados à coragem da Esperança. Com pequenos grandes gestos de amor, tornemo-nos peregrinos da Esperança que não engana, pois, o amor de Deus foi derramado pelo Espírito Santo nos nossos corações (cf. Rm 5,5). E confiemos que o Príncipe da Paz, nascido em Belém, vive e peregrina connosco todos os dias até ao fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
Votos de um Santo e Feliz Natal, pleno de Paz e Bem!
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